Eu sou o Estado
Não, eu não estou me referindo à célebre frase de Luís XIV.
Desnecessário atravessarmos o Atlântico.
Do lado de cá do além-mar, em terras brasilianas, temos nossos próprios Luíses que se para os franceses bastou um, para nós é pouco.
Numa boa alusão ao país do futebol. Melhor onze.
Uma seleção de onze craques na arte de driblar, chutar e atacar num jogo onde ditam e impõem as próprias regras.
Politicamente correta, nossa seleção nacional é também politicamente identitária, pois inclui espécimes significativos de vários segmentos da sociedade pós-moderna.
Homens, mulheres e… Homens, mulheres e ativistas, militantes, apedeutas, dependentes emocionais e canalhas fundamentais, os camisas 10 sem os quais nosso escrete ficaria sem aquele gingado macunaímico.
Donos da bola, donos do jogo e donos das regras, o pretório excelso dos estádios é o time dos sonhos que todo déspota gostaria de ver em campo jogando.
Temível, invencível e intocável a despeito até mesmo de liberais democratas que assistam ao jogo da tribuna de honra do estádio ou grupos de torcida organizada que se contorcem em vaias nas arquibancadas.
Afinal, eles são o estado.
O estado das coisas caóticas e inimagináveis que observamos, vivemos e queremos ver superadas um dia desses qualquer, num futuro menos longínquo possível.
Por Berto Oliveira